Eu sei que, provavelmente, ninguém vai ler a explicação pela minha ausência... Mas, também, é uma maneira de eu desabafar. 

Dois meses e quinze dias depois, eu voltei. Voltei mesmo e em força. E, prometo, que não me afastarei mais. Mas neste tempo tudo mudou, acreditem. Dia 11 de Outubro, cheguei a minha casa e o meu pai disse-me que iamos morar para França mesmo. (Dias antes tinha-me dito que tinha uma oferta de trabalho para trabalhar em Bordeaux, a minha actual morada). Eu não quis ir, como é óbvio. Deixaria para trás todas as pessoas importantes na minha vida - os meus amigos, a minha "ex" Diana, a minha família. Mas, por outro lado, iria viver para perto da minha melhor amiga e acho que isso foi o meu único ânimo para ir embora. Eu ainda tentei convencer o meu pai a deixar-me com os meus avós, com os meus tios, com qualquer pessoa! Mas ele disse-me uma coisa que, sinceramente, eu nunca me vou esquecer: "Ricardo, na tua vida não te podes prender a pessoas, lugares e objectos. Todos mudam, todos vão-se embora. Da mesma maneira que, se os teus amigos fossem viajar, tu tentavas falar com eles todos os dias e nunca perderes os contactos. Então, pensa assim, tu vais viajar durante um tempo indeterminado. Meses, anos, décadas. E talvez vá tudo mudar por lá." E não é que ele tinha razão? Não sei se foi para melhor ou para pior, mas tudo mudou. Revi a minha melhor amiga e agora, finalmente, passo os meus dias com ela. Fiz alguns amigos novos - uns franceses, outros portugueses - e conheci lugares fantástico. Sim, esta experiência está a ser maravilhosa para mim, mesmo eu tendo pensado que não. E agora? Agora nada me faz ir embora deste lindo país!